quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Paris e a Viela de roda: a plebeia se torna princesa


Theorbo (na parte de cima)
Ontem decidi literalmente cruzar a cidade para explorar o Musée Cité de La Musique. Foi uma visita absolutamente espontânea e não planejada, dica do Laurent num momento em que lamentávamos o fato de o museu dedicado à viela de roda, no interior, não existir mais. 

Ver tanta coisa de perto foi fantástico. Minha vontade era ter chegado lá às 9:00 da manhã e ficar até o museu fechar, mas falta tempo. Ainda mais nesses últimos dias aqui.. Mas bem, por onde começar? O ambiente é magnífico, com instrumentos de diferentes épocas agrupados por datas e/ou propósitos diferentes. O audio-guide é de graça e a moça do guarda-volumes é muito prestativa e tagarela. De quebra, tem uma loja do grupo Harmonia Mundi lá dentro. Ou seja, tive um dia inesquecível e fiquei pobre. 

Como eu tinha apenas uma tarde, passei meio que corrido por algumas coisas, como o último andar, dedicado à musica mais moderna, rock n'roll etc... Mas fiz questão de ficar bastante tempo no segundo andar, que é focado - a grosso modo - nos séculos XVII e XVIII. Me encantei ao ver instrumentos como o theorbo, o cravo (estes em diferentes tipos e tamanhos), o alaúde e a harpa. Eram tantos tipos de violões, bandolins e pianolas que eu quase me perdi.

Erhu em ação
Quando atingi o andar em questão, entre uma explicação e outra do guia, peguei no ar uma nota em glissando seguida por palmas. Na hora pensei, pronto, um violinista. Preciso ver isso. Ledo engano. No fundo da sala havia um senhor (chinês) tocando um Erhu. Que som e que potência! O glissando que ele usa nas notas vai fundo na gente. Absurdo, de verdade. 

Passado o furor causado pero Erhu, voltei pro início daquela galeria para ver com calma o que passou batido por mim. Daí me deparei com as musettes (gaitas de fole francesas, populares no século XVIII) e mal tive tempo de reparar em seus tecidos quando me deparei com ela, novinha como se tivesse sido feita ontem: uma viela de roda de Pierre Louvet.

Viela construída por Pierre Louvet - Paris 1740
Pierre Louvet (1709-1784) foi um dos maiores luthiers franceses ever. Fabricava instrumentos para a corte e para os músicos parisienses em seu tempo. Seus instrumentos, principalmente as vielas, que vocês podem ver aqui, servem há anos como modelos para luthiers contemporâneos do mundo inteiro. A minha viela, por exemplo, é baseada nela.

O que me deixou um pouco desapontado, entretanto, foi o fato de a viela estar lá como mais uma amostra de qualquer coisa. Sem desmerecer os outros instrumentos, claro. Eu entendo que é impossível cobrir a história TODA de todos os instrumentos existentes na França ao longo de sua antiga história. Mas por outro lado, estamos falando aqui de um instrumento que já tem pouco mais de um milênio de vida, que já foi extinto de vários países e beirou a extinção total algumas vezes, com exceção da França, onde sobreviveu apesar de suas idas e vindas. Enfim, dentro de toda sua trajetória, o foco que o museu escoleu dar ao instrumento se resume a um revival repentino que a viela teve durante o século XVIII. Até então, ela estava relegada aos músicos de rua,  pedintes cegos e vagabundos moradores de rua. Foi na verdade um capricho da corte, uma ideia romantizada sobre o "retorno ao campo" que fez com que instrumentos como a viela de roda e o tamborim voltassem à moda - mesmo que por um tempo. Como um milagre, a plebeia é eleita princesa dos salões de dança e das luxuosas tardes campestres ao ar livre. E é esse momento específico da viela que encontramos nos vidros desse museu.

Jean-Nicolas Lambert (1708-1759)
Nesse boom, outras formas do instrumento surgem, já que alguns luthiers experimentavam vielas com corpos de violões e alaúdes. Algumas das vielas que tive a oportunidade de ver, portanto, eram anônimas e estranhas (mas não menos fascinantes), com diferentes cores e tamanhos. 
Viela anônima 

Aliás, o museu nos permite ver que no que diz respeito à construção de instrumentos e busca por sonoridades novas, os caras lá trás não estavam nada distantes de nós. A quantidade de instrumentos experimentais de séculos passados é gigantesca e impressionante. Além dos violinos bizarros (eu precisaria de um outro blog só para os violinos, então deixemos quieto), pude passar um tempo em frente a uma pequena galeria de instrumentos experimentais mecânicos, muitos deles utilizando manivelas - que foi, obviamente, o que me chamou a atenção.

Manivelas
A grande maioria deles se resume a diferentes tipos de realejos. Os maiores de origem inglesa, os menores, franceses. A ideia dessas, digamos, caixinhas de música mais agudas, era imitar os sons dos pássaros; e aparentemente essa ideia veio da China. Muito interessante. Aliás,  coincidentemente, a peça que o carinha do Erhu tocou se chamava "os pássaros". 


Serrinette
Bom, depois de fuçar tudo relacionado a manivelas e vielas de roda, parti. Fiquei um bom tempo conversando com a moça do guarda-volumes, que vem das montanhas. Super caricata, ela tinha um cabelão enorme encaracolado, e uma pinta no canto esquerdo do queixo. Ela é uma bruxa, tenho certeza. Fiquei fascinado com a forma como ela falava. Me parabenizou pelas minhas escolhas e disse que o museu é naturalmente ignorado pelos turistas e que deveria receber mais atenção. Colocações com a qual concordei, obviamente. 

Serinette
Depois disso tudo só me restou sentar um pouco do lado de fora e curtir o ensaio de um quarteto de música sacra. Aparentemente o espaço que fica fora do museu mas dentro da Cité de la Musique é utilizado para concertos e apresentações gratuitas que ocorrem todos os dias. C'est pal mal, n'est pas?

Eu com certeza teria me arrependido amargamente não tivesse feito essa visita e visto com meus próprios olhos esses instrumentos que presenciaram e reinaram seculos atrás, num momento que, datas à parte, é bem parecido com o que vivemos atualmente. A viela passa mais uma vez por um revival, dessa vez o mais potente em sua história. Uma injeção de adrenalina num corpo que está há centenas de anos adormecido.

Ser parte disso é bem legal. ;-)


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Chegando em Bourges, a cidade-conto-de-fadas.


Bourges. Inacreditável. Quando pisei fora da estação e respirei aquele ar gelado, foi exatamente isso que pensei.

A alguns quilômetros de distância do centro geográfico da França, a cidade se encontra na região de Berry, coração pulsante do universo da viela de roda tanto para a França quanto para o mundo. O trajeto, apesar da facilidade proporcionada pelos trens, não é nada fácil. Quase 3 horas na ida, passando por pequenas cidades, dentre as quais eu sempre preciso esperar 2 horas numa conexão para voltar a Paris. No frio.  Com um case gigante e uma mochila pesada. Mas ok, faz parte da aventura. O fato é que meu primeiro dia de aula não começou na manhã seguinte, como combinado, mas na noite em que cheguei lá.

Sempre pontual e muito bem vestido (sua esposa Brigitte faz as suas roupas, vejam bem), lá estava Laurent com seu rosto vermelho de frio e as chaves do carro na mão. Muito gentil e prestativo, me explicou que faríamos um pequeno tour pela cidade antes de irmos para casa.

Passamos rapidamente pelas ruas do centro e pude constatar que a cidade é de fato muito, mas muito antiga. A catedral, de longe muito mais linda e impactante que a própria Notre-Dame de Paris, é visível de qualquer lugar, como uma aranha gigante dormindo no meio da cidade. Passamos por ela rapidamente - e Laurent fez questão de estacionar o carro para vermos suas portas, suas gárgulas e estátuas. Seguimos para a escola de música de Bourges, o estabelecimento de ensino musical mais fantástico que já vi; e eu entendi que isso não era um exagero nos míseros 7 minutos em que entramos, deixamos as coisas na sala de viela de roda (!) e saímos. Eu fiquei tão de cara com o lugar que tudo que eu conseguia falar era d'accord enquanto ele me apontava cada centímetro daquele prédio IMENSO. O fato é  que mesmo que se tratasse de uma escolinha com 3 salas, só o fato de você ter uma seção dedicada à música folk (com uma sala especialmente para a gaita de fole e outra especialmente para a viela de roda) já diz muito sobre a qualidade do lugar.

Saímos de lá e partimos para casa, onde fui calorosamente recebido por sua esposa e alguns aperitivos deliciosamente tradicionais da região: galette à base de batatas, uma coisa crocante que não sei o que era, queijos e claro, vinho. E como eu dizia, as aulas começaram ali. Tudo naquela casa, sem exageros, tem alguma conexão com a viela de roda. Quadros, esculturas, fotos, livros, CD's, mapas, porcenalas, pinturas (algumas delas obras da própria Brigitte, que além de costurar divinamente e tocar viela de roda, também pinta!)... Você olha para um canto e voilá, você encontra uma referência ao instrumento. 

Entre taças de vinho e conversas, escutamos alguns discos que eu considero fantásticos (La Machine, Gregory Jolivet, Alexis Vacher, - estes dois ex-alunos do Laurent). A sensação de citar canções que você ama num lugar onde todos - mesmo que sejam duas pessoas - conhecem e agem com naturalidade em relação às mesmas não tem preço. Após muito papo, risadas e perguntas, veio a hora de dormir e dormir eu fui... Com meus presentes. Ganhei alguns CD's de apresentações passadas de alguns dos grupos de viela do Laurent (um com algumas canções do meu programa), umas fotos e o mais especial: uma figurine de um vielista tradicional. Já sinto um amor imenso por Bourges, e um sentimento que não sei descrever por estas pessoas. A gentileza delas ao me receberem assim, sem nunca terem me visto, é quase chocante. E a causa disso tudo é da viela, essa coisa que une pessoas espalhadas ao redor do globo numa mesma paixão. Isso é uma música largada às sombras vindo à tona depois de séculos com uma força que desconhece fronteiras. Isso sou eu aqui, do outro lado da poça, nadando dentro de uma cultura que me fascina de uma forma estupidamente concreta. Freakin'. Awesome.

Fui dormir com um sorriso de orelha a orelha, pronto para botar a mão na manivela na massa e trabalhar muito no dia que me aguardava.

É ou não é?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Vielas em Villebon-sur-Yvette


Finalement, la France!

Estou aqui desde sexta-feira e a correria dos primeiros dias foi surreal. Corri atrás do que tinha que correr e ainda achei tempo para me divertir como podia. Antes de mais nada, tratei de voar numa loja que atende muito bem ao público do mundo folk, a Arpèges, aqui em Paris. Fui lá com minhas expectativas bem mornas, apenas buscando meu petit bourdon quebrado pelo tirano verão carioca; e qual não foi minha surpresa ao me deparar com um estojo rígido para vielas abauladas como a minha? Sonho! Morri numa graninha, mas valeu muito a pena, já que pude me preparar para a primeira aventura vielística em terras francófonas: a jornada de viela de roda em Villebon-sur-Yvette (tradução livre).

Este evento discreto e tranquilo nada mais é que um encontro onde alunos do meu professor aqui na França, o Laurent Bitaud, passam o dia inteiro trabalhando e revisando a técnica e a interpretação das peças estudadas no último ano. Como Villebon-sur-Yvette é uma cidadezinha - INHA - meio que distante de Paris, tive que enfrentar o sistema de metrô/trem que cobre a região de Île-de-France, que é relativamente complexa e cheia de baldiações.  Decidi contar com minha constante distração e voilá, me programei para sair mais cedo que o esperado. Tão mais cedo que...

Atrasado, só que MUITO ao contrário.

Erm... Cheguei na estação às 7:10, tendo duas longas horas à minha frente num delicioso clima de 2 graus. Ainda pensei em ligar para o Laurent, mas sei lá. Acordar um senhor francês cedo desse jeito não deve ser legal. Aliás, acordar qualquer pessoa desse jeito não É legal, então relaxei, li, escrevi e claro, tirei fotos até ser reconhecido pela Brigitte, esposa do Laurent. Ela chegou acompanhada de duas pessoas as quais eu amei conhecer: Michel Marc e Elisabeth Beduchaud, ambos parte da associação Chantevielle com Laurent, promovendo eventos temáticos riquíssimos em termos de pesquisa histórica e manutenção da tradição folclórica da França central.

Da estação, onde fui muito bem recebido, partimos ao charmoso conservatório de Villebon, onde nos acomodamos em uma sala super aconchegante, com direito a claraboias e harpas e partituras. O ambiente era ótimo; e apesar de um certo clima que fica no ar quando alguém estranho chega num grupo há muito fechado, todos foram muito gentis comigo. Os olhares curiosos eram bem engraçados. Provavelmente me considerando louco de despencar do Brasil para ficar aqui girando manivelas...


Vielles em Villebon
Como a proposta do encontro era dar um up nas peças que eles já haviam preparado (pelo o que entendi estão com algumas apresentações em vista), tudo o que eu pude fazer foi tentar tocar tudo de ouvido ler as partituras e me virar com algumas explicações do Laurent vez ou outra. Ainda assim, a manhã foi ótima e passou voando. Estar numa sala cheia de vielas de roda em que seus respectivos donos agem como se estivessem numa roda de violão é... Bem bizarro, essa é a verdade.
Mas o mais curioso ainda estava por vir: almoçamos na casa dos Beduchauds; e foi um verdadeiro evento. Fiquei boquiaberto porque vejam bem, eu aguardava um cafézinho na cafeteria do conservatório, ou algum prato básico numa lanchonete próxima a nós, não um verdadeiro e tradicional almoço dominical de uma típica família francesa: primeiro serviram cestas de baguetes com algumas pastas feitas de carne de porco e ganso, caçados e abatidos (!) pelo marido de umas das senhoras da turma. Quando pensei que aquilo ali seria nosso lanche e que justamente por isso toda aquela mesa era um exagero, serviram chucrute e salsichas. Comi um pouquinho só de salsicha, já bastante cheio... Para depois ainda aguentar bravamente uma rodada de queijos e mais pães, dessa vez com uma massa mais caseira, seguidos por, vejam só: duas galettes de rois, tortas à base de manteiga e amêndoas que carrega uma pequena estátua de um rei, título cedido (com direito a uma coroa!) a quem pegar o pedaço premiado. A galette é um prato super tradicional aqui na França, então fiquei todo bobo porque já havia lido sobre isso e não esperava vivenciar nada do tipo. ;-)
Galette des Rois
  Não preciso nem dizer que o resto da jornada pós-almoço não rendeu tanto, certo? O sono nesse frio daqui é quase irresistível, ainda mais com a barriga cheia de queijos e pães... Mas ainda assim, a atmosfera se manteve, e dá-lhe prática da mão direita em valsas, polkas e outras danças. O Laurent gentilmente me cedeu todas as partituras da jornada, então já tenho trabalho pela frente... Tanto que nem sei por onde começar.

E agora é isso aí, estudar e esperar minha primeira aula particular no conservatório de Bourges.


Allons-y!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

2013 com o pé na porta


Quando eu idealizei sair do Brasil para buscar minha viela de roda, tudo o que já havia vivido no meu caminho musical parecia menor ou menos importante. É claro que só eu enxergava minhas aspirações com verdadeira paixão. Aliás, algumas pessoas conseguiram fazer com que eu me afastasse delas deliberadamente por conta de suas atitudes diante do meu sonho. Eu realmente acredito que devemos proteger e lutar por aquilo que desejamos. Veja bem, não me refiro a pequenas vontades e caprichos. Me refiro a algo que você deseje de verdade, com toda a sua alma. Poucas coisas na vida me despertaram o que essa minha obsessão pela viela de roda despertou. Muita gente ouvia eu falar dos meus planos e simplesmente me ignorava, talvez por serem educadas de mais para rirem na minha cara ou apenas por não saberem reagir diante de certos discursos que talvez soem muito rebuscados ou ingênuos de mais. Amigos, ingenuidade (para não dizer burrice) é desistir de sonhos. Fiquem sempre atentos às pessoas com quem vocês partilham seus desejos sinceros. Aqueles que nos ouvem e nos encorajam, estes sim merecem ouvir nossas melodias.

Bem, todo esse papo pseudo-xuxa-contra-o-baixo-astral é para dizer que se sair do Brasil por nove dias para pegar minha viela em Gales e de quebra tocar com minha banda na Irlanda (o festival era o evento principal, mas não para mim, entendam rs) já soava como um conto de fadas, passar um mês na França estudando viela de roda com um grande nome da viela naquele país me deixa sem palavras. 2013 vai ser isso: quebrar corda, remendar com outra, dosar algodão e resina para atingir um som perfeito em todas as oitavas, quebrando a cara, sim, na maioria das vezes. Mas dessa vez com mais experiência, tendo visto de perto alguns desses desafios que vão me acompanhar pro resto da vida.

"Captain Corageous" (1937)
Esse post não é só um desejo de um novo ano repleto de sucesso. É também uma pequena homenagem a todos aqueles que um dia foram tocados pela viela de roda e decidiram ir atrás da mesma, aceitando o que que ela trouxesse. Esse instrumento parece estar sempre mudando as vidas de quem o acolhe, como ocorreu com o famoso luthier inglês Chris Eaton, que deicidiu tocar o instrumento após vê-lo num filme. Isso é muito mágico, e ao contrário do que vivi com o violino, os vielistas realmente gostam de se ajudar. Foi assim com Chris Allen, que conseguiu me esperar por dois anos sem se desfazer da viela que escolhi, foi assim com um número de  vielistas a quem pedi indicações de professores na França; e foi assim com Laurent Bitaud, com quem terei o inenarrável prazer de estudar nas próximas semanas. Com um jeito de escrever todo dele e muita humildade, este gentil senhor se mostrou completamente aberto a me receber em seu lar para levar meu sonho a um nível que eu nunca nem havia cogitado.

Laurent Bitaud e um de seus últimos espetáculos em 2012
Apesar de trabalhar atualmente como professor titular de viela de roda na École Nationale de Musique e Danse, em Bourges, Laurent é mais um desses caras que vivia uma vida completamente diferente antes de se deparar com esse instrumento magnífico que é a viela de roda e ter seu rumo drasticamente alterado. Mesmo com um diploma superior em engenharia e um curso técnico em mecânica, foi seu envolvimento com um grupo de música e teatro infantil - fora o estudo da música - que despertou sua verdadeira paixão o levou de vez por este caminho. Pesquisador atento e minucioso, Laurent Bitaud tem seu nome ligado a uma série de ensembles musicais. Sua  dedicação tem sido desde então incontestavelmente grande, a ponto de seu nome estar relacionado a coisas como a segunda turma de vielas de roda numa escola de música em território francês, em Vierzon, em 1980; e diversos trabalhos dirigidos e idealizados por ele, sempre bem recebidos pela crítica devido à pesquisa histórica/folclórica por trás dos mesmos.

Para mim, tudo isso vai muito além de um sonho. Essa experiência, há dois anos atrás, soaria ridícula de impossível até mesmo para mim. Eu só tenho a agradecer pela força e amor incondicionais da minha família, que não mede esforços para alimentar meus sonhos. E àqueles que sempre me apoiaram nessa grande e atemporal aventura que se chama viela de roda, seja me perguntando como vão os estudos, seja apenas passando por aqui e lendo um post ou outro. São essas pequenas grandes coisas que fazem tudo (o calor, a dificuldade de atingir a afinação no verão, as cordas quebradas, as torcidas de nariz quando alguém não muito fã dessas sonoridades me ouve rs...) valer a pena. Obrigado.

Volto em alguns dias com novidades.

Que eu possa retribuir tudo isso, algum dia, de alguma forma.

Feliz 2013 a todos!

Vielisticamente (créditos ao tio Bitaud por essa saudação ÉPICA! ;-)),

Rique