quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Jhonny Almeida e o Tekerö Brasileiro



Há alguns meses me deparei pela primeira vez com a complicada missão de mediar uma discussão (em todos os sentidos da palavra) no Viela de Roda Brasil, nossa comunidade no Facebook. A problemática da questão é real, atual e relevante não apenas no mundo das vielas brasileiras, mas do mundo: a construção desses instrumentos. Algo que está diretamente ligado ao (im) popular preço das vielas de roda e toda a gama de questões que tais valores trazem à tona.


Pois bem, a questão é eterna: desembolsar uma grana pesada para comprar um instrumento sem saber toca-lo ou pagar pouco mas ter um instrumento em que fica difícil evoluir e estudar parece nos assombrar desde sempre. A especialização de um luthier de vielas de roda é inquestionável, e eu acredito sim que, na dúvida, talvez valha mais a pena aguardar e gastar mais num instrumento mais seguramente bom para estudo.


O tekerö pronto, em toda sua glória. =)
Johnny Almeida, músico e luthier de Cabo Frio, Rio de Janeiro; defende com afinco a valorização daquilo que for feito no Brasil, acreditando no encorajamento de profissionais ou amantes da arte da liuteria - e com conhecimento de causa, ok? Aprendeu muita coisa com um discípulo de seu Darinho, luthier da tradicional loja carioca O Bandolim de Ouro, um caminho que o levou a ser mestre na Oficina Escola de Luteria, em Rio das Ostras;  Johnny já  esteve envolvido em vários projetos diferentes, incluindo a orquestra Kuarup e o CanalizSom (utilização de PVC na confecção de instrumentos), de sua idealização. Muito, mas muito especial!



A grande questão é que Johnny, como todos nós, se apaixonou em algum momento por instrumentos antigos e/ou tradicionais (ele também toca gaita de foles e digeridoo) e também se aáixonou à primeira vista pela viela de roda húngara, o tekerö - e o fez assistindo a uma apresentação do Pablo Lerner (argentino. tocando música nordestina. na viela húngara (!) e teve sua ajuda (incluindo seu tekerö) para construir aquela que eu acredito ser a primeira de muitas vielas. Acho fundamental notarmos que o Jhonny já tinha experiência na confecção de instrumentos e contou com a belíssima e generosa alma do Pablo Lerner para ter um contato com um instrumento bem acabado e proveniente de um luthier de confiança. Parabéns ao Jhonny, seu tekerö significa muito para a história do instrumento, de verdade.

É um verdadeiro presente ter alguém em nossas terras dando um passo TÃO importante no que diz respeito à viela. É necessário - fundamental na verdade - que tenhamos alguém qualificado para dar o ponta-pé inicial nessa etapa.

Mais sobre o Jhonny aqui.