Nas minhas andanças com a viela de roda, eu já consegui estudar com algumas das pessoas que mais admiro musicalmente (e além!) nessa vida. As aulas que fiz até hoje foram todas particulares, dentro de um tempo mais ou menos limitado. Desta vez, ao estudar com Gemán Diaz, eu estava cercado de colegas de diferentes partes do mundo. Que vibe. Até porque o conceito de masterclass/workshop sempre me amedrontou - o tal medo da exposição, de se mostrar vulnerável e aberto à críticas.
O workshop com Germán, entretanto, foi um sucesso absoluto. Com um clima super descontraído, todos estavam realmente muito à vontade. Passamos por algumas peças galegas, uma medieval, uma barroca; entre outras coisas. E o trabalho em cima dos coups (obviamente remetente às peças trabalhadas) foi bem interessante; com escolhas muito relevantes e tocantes. Estou até hoje estudando alguns! Germán é um professor genial; e ter tanto para assimilar vai ser um trabalho enriquecedor e contínuo, vou levar tempo.
Querida Fabi! |
Pablo. Verdadeiro ícone. |
É importante explicar aqui o que é um balfolk: um baile de música folk/trad, com foco em danças grupais, basicamente. Eu sempre toquei algumas danças que soaram no grande salão por aqueles dias; mas ouvi-las ao vivo, vendo aquelas pessoas dançando foi um dos momentos mais mágicos da minha vida. Dancei um pouco, timidamente, mas estava mais ocupado gravando áudios de diferentes tunes, tentando assimilar tudo aquilo no meu coração.Eu era um ET aos olhos deles, e eles personagens de um livro ganhando vida diante dos meus olhos.
Nossa rotina seguiu assim até a última noite, quando cada turma apresentou uma peça com seu respectivo professor. Nossa peça galega não foi tão bem como queríamos - Germán pode ser bem ambicioso em seus arranjos haha - mas a experiência valeu à pena, pois absolutamente todos se divertiram.
A turma. |
Logo após a nossa apresentação, que fechou a noite, rolou uma longa session regada à cerveja e chocolate (ái, Alemanha...) que pouco a pouco foi se esvaindo até sobrarmos eu, Pablo e Quentin, meus queridos roomies. O coração já apertava? Óbvio. Sem saber quando viveria dias assim novamente, eu só soube focar na felicidade de tudo aquilo; bem como no medo da ressaca da última manhã. Aliás, ao acordar, todos estavam claramente tristes. Havia uma magia entre os muros daquele prédio tão antigo. Algo que ficaria com a gente (ou pelo menos comigo) para sempre.
Largos entrando no grande hall |
A última aula foi absolutamente triste. Tentamos tocar uma peça barroca (not my cup of tea), mas não tão legal. Logo pulamos para a parte em que tirávamos fotos e trocávamos contatos, histórias e abraços. Germán estava apenas na dele, respondendo atenciosamente, gravando pequenos trechos de coisas que precisamos estudar... Provavelmente já acostumado a lidar com turmas de gurdy players malucos. Mais um fim de semana de trabalho para. O fim de semana mais perfeito da minha vida.
O que eu posso dizer é que valeu a pena. Sempre valeu, sempre vale e sempre vai valer, fazer essas minhas loucuras. Esse instrumento vale a pena, como qualquer outro. Talvez valha mais, se pensarmos que ele é mágico, né. =)
A música, amigos, quando toca a gente da melhor forma possível, faz isso: abre caminhos, nos traz pessoas, nos faz encarar nossos pontos fracos e, se os enfrentarmos, ela nos presenteia com magia pura.
Always in my heart. |