Como lidar? |
Tudo começou por causa de um festival chamado Brazil Celtic Festival, que ocorreria na Bahia e do qual ouvimos falar através de uma amiga. Alguns artistas irlandeses viriam a Salvador para alguns shows enquanto artistas daqui iriam para lá seguindo a mesma ideia. A princípio, nosso intuito era apoiar o projeto de todas as formas possíveis (realmente acredito nesse espírito de músicos folk brasileiros se ajudando. Nós precisamos desse tipo de companheirismo, já que somos tão poucos), então apenas ajudaríamos a procurar algum tipo de patrocínio e tentar trazer o evento também ao Rio de Janeiro, o que infelizmente não ocorreu devido à indisponibilidade de espaços e à falta de tempo, já que estava um tanto em cima
De qualquer forma, como uma forma de agradecimento e apoio, os produtores nos convidaram oficialmente (havia inclusive a carta de um parlamentar irlandês que apoiava o evento) a participar da etapa internacional do festival, em Dublin. Obviamente, nem tudo seria por conta deles, o que inevitavelmente implicaria em desembolsarmos alguma grana - ainda mais com tantos planos como aulas e road trips.
Eu realmente não achei que aquilo fosse possível. Antes de qualquer coisa, eu ainda não havia recebido o resto do dinheiro necessário para uma viagem internacional. Além disso, eu havia acabado de conseguir um bom emprego, novinho em folha e já teria que pedir pelo menos uma semana de faltas para conseguir realizar esse sonho. Para a felicidade geral do Café Irlanda, o festival coincidiria com um feriado prolongado aqui no Brasil - de exatamente uma semana - fazendo com que no fim das contas eu só perdesse dois ou três dias de trabalho. Só isso, aliado aos convites, foi suficiente para Kevin e Davi já comprarem suas passagens. A coisa, entretanto, se concretizou quando todas as pessoas que poderiam me substituir no trabalho concordaram (anjos!) em me ajudar. Era isso: substituições no gatilho, convite para o festival, passaporte tirado desde 2009 (rs), cartão de crédito, Davi-cabeça-dura e.... Voilá: um dia antes do meu aniversário minhas passagens para a Irlanda estava compradas. Um misto de coisas girando em minha mente; e não pensem que tudo estava resolvido. A única coisa que faltava era justamente o dinheiro para meu hurdy-gurdy, e era isso que gerava uma certa tensão que brincava com o conceito de pedra no sapato.
Alguns dias ainda se passaram até meu coração pseudo-se-acalmar. Tudo já estava pronto: malas, documentos, reservas em albergues (para os dias que não fossem o do festival), aluguel do carro e... Passagens. Muitas dessas coisas foram acertadas com a banda toda junta, em dias de ensaio. Nunca esqueço do dia em as passagens para Gales foram compradas - antes mesmo de eu ter o dinheiro para o gurdy em si. Eu não sabia como tudo se resolveria, mas tinha certeza - de verdade, com fé mesmo - que aquela viela seria minha. Me segurei nesse pensamento com uma força que eu nem sabia que tinha, até que recebi, 15 dia antes de embarcar, o tão esperado dinheiro.
Minha viela estava ali, em cima da cama.
Dentro de um envelope.
Alguns dias ainda se passaram até meu coração pseudo-se-acalmar. Tudo já estava pronto: malas, documentos, reservas em albergues (para os dias que não fossem o do festival), aluguel do carro e... Passagens. Muitas dessas coisas foram acertadas com a banda toda junta, em dias de ensaio. Nunca esqueço do dia em as passagens para Gales foram compradas - antes mesmo de eu ter o dinheiro para o gurdy em si. Eu não sabia como tudo se resolveria, mas tinha certeza - de verdade, com fé mesmo - que aquela viela seria minha. Me segurei nesse pensamento com uma força que eu nem sabia que tinha, até que recebi, 15 dia antes de embarcar, o tão esperado dinheiro.
Minha viela estava ali, em cima da cama.
Dentro de um envelope.
Te amo, e chorei aqui com o "Minha viela estava ali, em cima da cama. Dentro de um envelope."
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