segunda-feira, 16 de março de 2015

EP Café Irlanda

Foto pelo querido amigo Pedro Costa - Café Irlanda no Teatro Rival 2015
A primeira vez em que encostei em um violino eu tinha 14 anos. Por um lado, a desvantagem: já não era mais tão criança, por outro, a verdade é que eu já possuía uma certa consciência musical; e uma tendência clara a sonoridades mais diferentes, a uma pegada mais folk.

Gravando Sharon's Song com grandes amigos
Eu ouvia muita coisa que formou meu caráter musical, que me moldou de uma forma estranhamente positiva. Dentre essas coisas, havia a música galega, que utilizava a viela de roda. Meu contato com a viela, naquela época, se resumia ao som, e no fim das contas a única forma de atingir (ou chegar o mais próximo possível daquelas sonoridades) seria através do violino, instrumento que fez toda a diferença; e me salvou de tantas coisas que nem cabem aqui. Sou eternamente grato ao violino e a tudo que ele me proporcionou e ainda proporciona, mas o ponto alto para mim sempre foi o fato de ele ter me levado a formar o Café Irlanda, que em seu início me deu uma energia imensurável para lutar por dois anos até conseguir minha viela de roda.

No veleiro Cisne Branco
Pegar a viela, tocar a viela e traze-la para casa foi a melhor experiência que já vivi, mesmo com a estranha surpresa de ela não ter funcionado na hora H: a viela de roda não tem e provavelmente nunca terá N A D A a ver com música irlandesa, a não ser seus bordões, vez ou outra em ré. Ao perceber que para mim isso não diminuía em nada a magia do instrumento, me dei conta do quão preso a ele eu estava. E aos poucos eu vi que a aparente distância entre ela e a música irlandesa não me impedia de toca-la, de conhecer outras músicas. E pude ver que essa distancia não existia quando o assunto era música brasileira. E o resto é uma estrada sem fim. Venho seguindo com calma, fazendo o que consigo e desbravando novos mundos musicais; e a verdade é que eu dei uma boa volta ao mundo e terminei aqui no Brasil, gravando pela primeira vez minha voz tímida, acompanhada pelo meu violino e claro, pela minha viela de roda.  Algo que nunca imaginei que faria, por mais que eu quisesse. 

Gravando
A canção que escolhi saiu na viela em alguns minutos, quase como se tivesse sido escrita para o instrumento. Eu já a amava há anos, e agora a amo ainda mais. A escolha veio porque a interpretava como uma bela canção de amor, com uma escolha de palavras que me remete ao misticismo, à espera de algo mágico e ao amor. Essa música é um marco, uma porta e uma chave. E eu agradeço a todos pelo apoio, direto ou indireto.


Você pode ouvir o resultado dessa história toda aqui.

O lançamento deste EP virtual do Café Irlanda dá início a um processo do qual eu jamais sairei, e eu espero que essa música toque vocês tanto quanto a mim.


Vielisticamente,

;-)


Nenhum comentário:

Postar um comentário