quinta-feira, 14 de agosto de 2014

No Brasil: Mandala Celta


Num país em que nem dez vielistas existem, uma banda com dois vielistas é de um abuso inacreditável! haha No bom sentido, é claro! Pasmem, uma das últimas novidades relacionadas à viela de roda no Brasil é a banda Mandala Celta, que tem sua estréia hoje mesmo. Com duas vielas de roda! Isso é apenas muito, mas muito maneiro.

A banda traz uma formação bem interessante para sua proposta, contando com Mateus Sokolowski na viela de roda, bandolim e bouzouki, Thomaz Ozatski no violão e na voz, Marcos Carvalho no contrabaixo (!) e na voz, Fernando Kinach Loureiro nas flautas, na viela de roda - ! - e na voz; e Eric Fontanini na bateria e na voz. Eu poderia parar o post aqui porque né, já deu pra sentir a vibe. Mas vamos lá.

Mateus já é conhecido aqui do blog porque foi um dos malucos da primeira leva a conseguir uma viela, quando o blog estava bem em seu início. Eu estava para escrever sobre ele há meses por conta de seu trabalho no Gaiteiros do Lume, mas como esse seu novo trabalho está saindo do forno agora, me pareceu mais sensato fazer este post.

A banda se propõe a fazer leituras originais de canções tradicionais de países de origem celta, traçando paralelos com o folk americano e até mesmo a música árabe. A proposta da Mandala, em suma, é provar que para a música não existem barreiras ou fronteiras. Aliás, nem precisaríamos ir tão longe, os próprios músicos, por serem brasileiros, já provam essa teoria. E esta banda é fruto das viagens que seus integrantes fizeram para diferentes países.

É engraçado isso, mas eu às vezes tenho a sensação de que pessoas, no geral, tendem a aproveitar viagens, sim; mas músicos tendem a aproveita-las mais. Em níveis que nem todo mundo compreende. A Mandala Celta é provavelmente uma prova disso também.

Ainda não pudemos ouvir seu trabalho, mas me parece que vem muita coisa boa por aí. Apesar de sermos uma pequena comunidade no Brasil - e aqui me refiro não à comunidade de vielistas, mas à comunidade da música tradicional/folk de países de origem celta - nós geralmente temos propostas muito parecidas, e até mesmo limitadas, então ver uma banda com uma formação tão original é bem maneiro, porque mostra que estamos evoluindo e começando a pensar fora de nossa caixinha. 

Bom, fato é que tudo isso é muito bom e muito lindo, mas não posso negar: o que mais quero ver é a interação entre as duas vielas. Esse tipo de formação assim, numa banda, é raro mesmo mundo à fora, salvo os duetos em encontros e masterclasses sobre música tradicional. É quase a mesma coisa com a gaita de fole: justamente por ser um instrumento de "personalidade" muito forte, sempre vemos uma por grupo, basicamente. É, estou bem curioso.

Deixo aqui meus parabéns aos músicos por trabalharem num projeto tão interessante. Toda sorte à Mandala Celta; e que a banda atinja todo sucesso que merece e seu trabalho alcance o maior número de pessoas possíveis.

Viela neles! =P

Mandala Celta faz seu show de estreia hoje no Teatro Universitário de Curitiba, às 20:00.


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