terça-feira, 29 de maio de 2012

Livros \o/


Daí que apesar de uma galerinha achar que a viela é um instrumento ridículo de se tocar - a doce ilusão de apenas girar uma manivela e sons maravilhosos surgirem no ar - há toda uma técnica por trás dela e pasmem, até métodos "oficiais" existem! Claro que não pretendo tratar de toda a bibliografia técnica da viela aqui, neste post. Vou introduzir, entretanto, alguns dos livros mais básicos e indispensáveis para quaisquer seres que pretendam entrar no fantástico mundo da viela de roda.

O primeiro é o Hurdy-Gurdy Method, de Doreen Muskett. Ela no momento não é mais uma vielista ativa, devido ao mal de Parkinson , que a atingiu =/, mas seu marido, Micheal, ainda toca e participa ativamente do mundo da viela. 

Apesar de ter sido lançado há uns bons anos (a primeira edição é de 1979), ele é uma das bíblias de todos os vielistas, contando com um pouco da história do instrumento e focando na técnica do mesmo. Nele você encontra algumas peças tradicionais com notação específica para viela, ou seja, uma notação voltada para os golpes da manivela, que também são trabalhados ao longo dos exercícios. É tudo muito didático, então o livro traz fotos, gravuras, gráficos... Vale muito a pena. Fora o charme de algumas sessões, como uma voltada para a symphonia e outras gentilmente escritas com o intuito de nos guiar na hora de adquirirmos - e até construirmos! - uma viela. Bem, acho que é bem claro que este livro por si só já é uma luz na vida de um vielista, certo? Mas não paramos por aí.

Na época em que eu estava desenrolando com o Chris para comprar a minha Lyanna (conto a origem do nome em outra ocasião), ele fez questão de que eu comprasse também um outro livro, este tão importante que já vem em três línguas (alemão, francês e inglês) ao mesmo tempo. O livro em questão se chama La Vielle (ou Die Drehleier/The Hurdy-Gurdy), escrito pelo luthier amador e músico, Philippe Destrem. 

Confesso que até hoje não tive tempo de sentar e mergulhar neste livro para valer, mas deixo claro que apesar de também se tratar de uma bíblia para nós vielistas, ele existe puramente para questões de manutenção do instrumento (e isso o torna tão fundamental quanto oxigênio, fikdik rs). Soa meio massante, não nego; e é um livro estranho no sentido em que cada página tem o mesmo conteúdo repetido três vezes, em línguas diferentes. No fim das contas, entretanto, isso acaba sendo o de menos, já que não estamos falando de um livro que pegamos para ler por horas e horas, como um livro de danças Francesas que descobri há algumas semanas:

"It's a festival!"

Achei este livro por acaso, mal lembro como... Se não me engano, soube de sua existência ao visitar o site do luthier que está por trás do livro, o Mike Gilpin (um senhor muito gentil e prestativo, aliás). O livro traz 126 tunes tradicionais francesas da região de Morvan (o que é ótimo porque a minha afinação [D/G] é muito comum na frança); e eu apoio o uso cada centavo neste investimento. As tunes são muito legais: bourrées, branles, polkas, mazurkas, marchas, valsas... Um tesouro.

Claro que sabendo procurar na web (a lista de links aqui no blog é um bom começo) você encontra milhares e milhares de partituras (fora os vídeos e as músicas para aqueles que, como eu, tocam de ouvido também). Sem contar os inúmeros sites que tem surgido nos últimos anos com todas as informações necessárias para nos mantermos vivos com o instrumento.  É algo bonito de se ver, esse revival, mas ainda assim, somos músicos que tem uma forte conexão com o passado (eu deveria falar só por mim, mas quem se importa?), então duvido que vocês não gostem da ideia de abrir um bom e velho livro na estante e tocar/ler algo com cheirinho de papel. 

Por hora é isso. Ainda estou pesquisando no meu próprio ritmo essas questões bibliográficas, então mais para frente volto a citar alguns livros que possam servir como guias nessa jornada estranha e apaixonante, ainda tão nova para mim. 

E vamos ser sinceros, qualquer jornada é mais emocionante se temos livros ao nosso lado. =)


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